Polícia de Nashville revela novos detalhes sobre bomba dos direitos civis
Uma investigação que durou quase um ano trouxe novas informações sobre os atentados no período dos Direitos Civis em Nashville, conforme anunciado pela Polícia Metropolitana da cidade. Esses atentados, ocorridos entre 1957 e 1960, incluíam a explosão da escola Hattie Cotton, que estava passando por um processo de integração, do Centro Comunitário Judaico de Nashville e da casa do advogado de direitos civis Z. Alexander Looby.
As descobertas da investigação apontam para a possível identidade de um suspeito relacionado ao atentado na casa de Looby. O detetive Mike Roland, que trabalha na unidade de casos frios da polícia, encontrou uma pista relevante. Dois dias antes da explosão, uma fotografia de uma menina em idade escolar foi deixada em uma cena de roubo em Clarksville, onde uma grande quantidade de dinamite havia sido furtada.
O detetive conseguiu identificar a menina, que hoje tem 75 anos e reside fora do Tennessee. Em uma entrevista por telefone, ela informou que não sabia da foto encontrada e que tinha um tio que considerava “racista e muito preconceituoso”. Esse tio faleceu em 1984 aos 63 anos.
Sobre a investigação, a polícia divulgou que consultas feitas sobre esse homem não revelaram informações que o ligassem ao Tennessee. Além disso, a origem da foto da menina na cena do furto de dinamite ainda não tem explicação.
O prefeito Freddie O’Connell havia solicitado a investigação após a publicação do livro “Dynamite Nashville: Unmasking the FBI, the KKK, and the Bombers Beyond Their Control”. A autora Betsy Phillips encontrou um arquivo que, segundo acredita-se, foi destruído pelo FBI, mostrando que os agentes mantinham registros detalhados sobre a vida de Looby, mas não registraram nenhuma ameaça à sua vida.
Phillips questionou como o FBI, que monitorava Looby, não estava ciente do atentado que ocorreu. No entanto, de acordo com documentos e entrevistas com bombardeiros conhecidos, pode ser que o FBI estivesse ciente de alguns planos, já que possuía vários informantes dentro do Ku Klux Klan da Tennessee na mesma época.
A Polícia Metropolitana comunicou que a falta de registros e de evidências físicas, além do envelhecimento das testemunhas sobreviventes, dificulta muito a resolução do caso. Portanto, para que haja acusações formais, seria necessário um testemunho ou uma confissão. A investigação permanecerá aberta, mas inativa, até que novas informações surjam.